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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Humano

 Quem me pudera ver neste mundo desorientado

Senão eu, com estes meus olhos?

 Ver sem ser de olhar distraído ou embriagado

 Olhar seco, rude, num desconforto inconfesso

A apontar as arestas mesmo a contragosto

Da felicidade

Olhar de ver. De quem sabe que quem vê repara

Na miséria humana de imperfeição divina

Sem divindade. 

Só os deuses podem ostentar a crueldade!

(Praticam-na ufanos do seu poder)

Sobre os pobres mortais terrenos

Pedaços de carne perecível e gasta

Que lhes copiaram os defeitos!

Imbecis ingénuos!

Os vícios, mesmo os  amaldiçoados,

São perdoáveis aos deuses 

E à sua vaidade

Não aos homens. Não à sua fragilidade.


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