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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Velhice

Um dia serei velha
Sem medo da palavra
Ve-lha
Serei velha de mãos, de rosto
De colo enrugado
Sobrarão sulcos e peles flácidas
A acusar a lei da gravidade
Secarão as fontes
Murcharão os lírios
Olhar-me-ei ao espelho
E talvez não me reconheça
Quem sabe vive uma centelha
No olhar baço e apagado
Do verde desmaiado
Serei terrivelmente
Desoladamente velha
Ainda assim carregarei
A inocência de um olhar




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