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sábado, 9 de abril de 2022

Silêncios

Gosto do silêncio matinal
E do que se prolonga dia fora
Entrecortado pelos pássaros
A anunciar a aurora

Não me constrange ou inquieta
Gosto do seu conforto
Do som dos meus silêncios
No fundo do meu ser absorto

Nem sempre há o que dizer
Momentos de pleno respirar
De uma alma abrupta e faminta
Que em si se quer resguardar

Procuro os meus silêncios
As minhas ausências paradas
O meu olhar perdido
Longínquo ao fim da estrada

A pairar sobre o mundo
Sobre a sua brutalidade
Desejar em silêncio profundo
O retorno da humanidade

Um longo suspiro...
Tudo quanto me sai
Em silêncio me lembrei
De tudo o que na alma vai




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