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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Tarde ou cedo virá a morte

Tarde ou cedo virá a morte
E os olhos fechar-se-ão na escuridão
Mas alva permanecerá a minha alma
Sob o luar e as estrelas
Sob a carcaça fria, nua e imóvel
Guardarei todos os sonhos e os segredos
Não por perfídia ou ciúme inconfessável
Só por mera intimidade
E a mortalha que envolver o meu corpo
Guardará a imaginação viva
Cheia de mundos e vidas vividas
Que não me pertenceram
Pode a terra comer-me a carne e os ossos
Desfigurar-me o rosto e os membros
Até sobrar o esqueleto nu e pobre
E não descobrirá os meus mundos pensados
Não haverá emoções devassadas
Engolirá a substância terrena
Mas não o legado intangível
E no amanhã que há de vir
Sempre haverá quem descubra novos sonhos
O longínquo e o devir
A aura dourada na brisa
E novamente a alma alva se renovará em triunfo
Então, rosas brancas irão caiar o túmulo silencioso do meu ser.

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