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sábado, 23 de setembro de 2023

Crónica de Maus Costumes 340

 

Politicamente incorreta, mas lúcida

            O mundo nunca foi um lugar tão estranho, polarizado e relativo quanto agora.

            Por um lado, vivemos na era da tecnologia, do progresso e da ciência, em que tudo tem uma explicação científica, mesmo os fenómenos incompreensíveis. Por outro lado, tudo é relativo, incluindo a biologia e a ciência, a que imputam construções culturais.

Até há pouco, ninguém tinha dúvidas de que a Terra é redonda. O matemático grego Eratóstenes de Cirene conseguiu prová-lo, 285 anos Antes de Cristo, e também calcular a sua circunferência com bastante precisão: 24.000 milhas de diâmetro, o que é surpreendentemente próximo da circunferência real de 24.900 milhas. Se dúvidas houvesse, a viagem de circum-navegação do português Fernão de Magalhães dissipou-as.  Mais tarde, Copérnico apresenta a teoria heliocêntrica e Galileu Galilei, que a adotou, viu-se aflito e perseguido pela Inquisição. Se nos séculos XV e XVI estas e outras dúvidas eram aceitáveis, hoje, no século XXI, são meramente parvas. Porém, há “terraplanistas” à solta e por mais que se lhes explique à luz da razão, com jogos de luz e de rotação, com imagens do planeta Terra visto do espaço e o diabo, eles escolhem a sua ilusão da realidade.

Paradoxalmente, vivemos num mundo de ciência e de ilusão em que cada ser escolhe a sua verdade relativa. Deixam de existir verdades absolutas e tudo passa a ser relativo, colocando-se vários tipos de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade. A instituição de um relativismo que se quer aplicar a tudo e a todos transforma-nos numa espécie de idiotas que devem aceitar tudo como possibilidade de verdade, ainda que a ciência e a biologia, objetivamente, a refutem.

Recentemente, li uma notícia sobre o encontro de milhares de pessoas que se sentem cães e agem como cães! Recusam a sua realidade de homo sapiens sapiens e regridem, tornando-se quadrúpedes de coleiras e que uivam! Sustentam a sua tese no facto de o género ser uma construção social e de se identificarem como não binários e, como tal, são cães, gatos, girafas e o que mais lhes apetecer! Ora vamos lá ver… Meus amigos, não se trata aqui de uma verdade relativa, porque olhando para vós, empiricamente se constata que sois bípedes, não tendes quatro patas, sabeis falar (também sabeis uivar e ladrar, mas por imitação) e não tendes pelo, cauda, nem orelhas pontiagudas e tão pouco focinho! Sois hominídeos e não adianta vir com teorias sobre a não identificação com nenhum dos géneros. Só pode ser um caso patológico do foro mental e que precisa de tratamento médico! Ou isto ou uma brincadeira de Carnaval!

No que me diz respeito, eu não quero saber se se sentem cães ou gatos ou diabo! E garanto que se me aparecessem à frente os trataria com o respeito que um ser humano merece, principalmente, se pressentimos que pode padecer de um transtorno. No entanto, não posso admitir que me queiram fazer engolir e aceitar como verdadeiro de que é natural identificar-se com um animal, ao ponto de o imitar no seu modo de vida!

O mesmo acontece em relação à mudança de sexo. Neste caso, consigo compreender que alguém não se sinta confortável com o seu corpo. Compreendo que seja do sexo masculino, mas que gostasse de ser mulher e vice-versa. Entendo que se essas pessoas se sentem melhor com a transformação física por corresponder ao seu desejo, devolvendo-lhes a alegria de viver, devem fazê-lo. Nada a obstar. Devem ser respeitados na sua singularidade e qualquer ser merece sentir-se bem consigo mesmo. No entanto, a realidade é que a cirurgia de transformação não os torna mulheres ou homens. Torna-os seres aparentemente semelhantes a uma mulher ou homem. Lamento, mas a ciência e a biologia são factuais. Os cromossomas e a anatomia não mentem e a realidade é que a cirurgia não altera isso. Portanto, têm o direito de tomar a decisão que os deixa mais felizes e realizados, mas não podem impor a sua visão dissociada da realidade aos outros, porque mais tarde, se eventualmente, o seu cadáver vier a ser analisado, a biologia determinará o género. Pode-se não gostar dele, querer uma transformação para se sentir melhor e ter-se o pleno direito de o fazer sem que haja discriminação, devendo ser respeitado, mas não se pode querer impingir a ideia de que há uma quantidade infinita de géneros, tudo depende da verdade relativa de cada um!

Portanto, comigo, o assassinato que se pretende fazer à língua, sob o lobby da aceitação e da inclusão, para se parecer muito progressista e moderno não tem acolhimento! Não me fazem engolir a construção de uma estupidez. Assim, para mim, pessoas ou seres racionais são homens ou mulheres, pais ou mães e não apenas progenitores ou pessoas com útero ou sem ele, em nome de uma inclusão de fachada. A inclusão vê-se pelo respeito no trato e pela ausência de discriminação e não pela novilíngua criada que é apenas ridícula, com o seu “todes” patético e outras palavras semelhantes.

Cansada de parvoíces e de quererem generalizar o que é sentimento de uma minoria que de atropelada parece agora querer atropelar! Têm direito ao respeito, mas não à subversão da ciência! Homessa!...

 

Nina M.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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