Politicamente incorreta, mas lúcida
O mundo nunca
foi um lugar tão estranho, polarizado e relativo quanto agora.
Por um lado,
vivemos na era da tecnologia, do progresso e da ciência, em que tudo tem uma
explicação científica, mesmo os fenómenos incompreensíveis. Por outro lado,
tudo é relativo, incluindo a biologia e a ciência, a que imputam construções
culturais.
Até há pouco, ninguém tinha dúvidas
de que a Terra é redonda. O matemático grego Eratóstenes de Cirene conseguiu prová-lo,
285 anos Antes de Cristo, e também calcular a sua circunferência com bastante
precisão: 24.000 milhas de diâmetro, o que é surpreendentemente próximo da
circunferência real de 24.900 milhas. Se dúvidas houvesse, a viagem de
circum-navegação do português Fernão de Magalhães dissipou-as. Mais tarde, Copérnico apresenta a teoria heliocêntrica
e Galileu Galilei, que a adotou, viu-se aflito e perseguido pela Inquisição. Se
nos séculos XV e XVI estas e outras dúvidas eram aceitáveis, hoje, no século
XXI, são meramente parvas. Porém, há “terraplanistas” à solta e por mais que se
lhes explique à luz da razão, com jogos de luz e de rotação, com imagens do
planeta Terra visto do espaço e o diabo, eles escolhem a sua ilusão da
realidade.
Paradoxalmente, vivemos num mundo de
ciência e de ilusão em que cada ser escolhe a sua verdade relativa. Deixam de
existir verdades absolutas e tudo passa a ser relativo, colocando-se vários tipos
de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade. A instituição de um
relativismo que se quer aplicar a tudo e a todos transforma-nos numa espécie de
idiotas que devem aceitar tudo como possibilidade de verdade, ainda que a
ciência e a biologia, objetivamente, a refutem.
Recentemente, li uma notícia sobre o
encontro de milhares de pessoas que se sentem cães e agem como cães! Recusam a
sua realidade de homo sapiens sapiens e regridem, tornando-se quadrúpedes de
coleiras e que uivam! Sustentam a sua tese no facto de o género ser uma
construção social e de se identificarem como não binários e, como tal, são
cães, gatos, girafas e o que mais lhes apetecer! Ora vamos lá ver… Meus amigos,
não se trata aqui de uma verdade relativa, porque olhando para vós,
empiricamente se constata que sois bípedes, não tendes quatro patas, sabeis
falar (também sabeis uivar e ladrar, mas por imitação) e não tendes pelo, cauda,
nem orelhas pontiagudas e tão pouco focinho! Sois hominídeos e não adianta vir
com teorias sobre a não identificação com nenhum dos géneros. Só pode ser um
caso patológico do foro mental e que precisa de tratamento médico! Ou isto ou
uma brincadeira de Carnaval!
No que me diz respeito, eu não quero
saber se se sentem cães ou gatos ou diabo! E garanto que se me aparecessem à
frente os trataria com o respeito que um ser humano merece, principalmente, se
pressentimos que pode padecer de um transtorno. No entanto, não posso admitir
que me queiram fazer engolir e aceitar como verdadeiro de que é natural identificar-se
com um animal, ao ponto de o imitar no seu modo de vida!
O mesmo acontece em relação à mudança
de sexo. Neste caso, consigo compreender que alguém não se sinta confortável
com o seu corpo. Compreendo que seja do sexo masculino, mas que gostasse de ser
mulher e vice-versa. Entendo que se essas pessoas se sentem melhor com a
transformação física por corresponder ao seu desejo, devolvendo-lhes a alegria
de viver, devem fazê-lo. Nada a obstar. Devem ser respeitados na sua
singularidade e qualquer ser merece sentir-se bem consigo mesmo. No entanto, a
realidade é que a cirurgia de transformação não os torna mulheres ou homens.
Torna-os seres aparentemente semelhantes a uma mulher ou homem. Lamento, mas a
ciência e a biologia são factuais. Os cromossomas e a anatomia não mentem e a
realidade é que a cirurgia não altera isso. Portanto, têm o direito de tomar a
decisão que os deixa mais felizes e realizados, mas não podem impor a sua visão
dissociada da realidade aos outros, porque mais tarde, se eventualmente, o seu
cadáver vier a ser analisado, a biologia determinará o género. Pode-se não
gostar dele, querer uma transformação para se sentir melhor e ter-se o pleno
direito de o fazer sem que haja discriminação, devendo ser respeitado, mas não
se pode querer impingir a ideia de que há uma quantidade infinita de géneros,
tudo depende da verdade relativa de cada um!
Portanto, comigo, o assassinato que
se pretende fazer à língua, sob o lobby da aceitação e da inclusão, para
se parecer muito progressista e moderno não tem acolhimento! Não me fazem
engolir a construção de uma estupidez. Assim, para mim, pessoas ou seres racionais
são homens ou mulheres, pais ou mães e não apenas progenitores ou pessoas com
útero ou sem ele, em nome de uma inclusão de fachada. A inclusão vê-se pelo
respeito no trato e pela ausência de discriminação e não pela novilíngua criada
que é apenas ridícula, com o seu “todes” patético e outras palavras
semelhantes.
Cansada de parvoíces e de quererem generalizar
o que é sentimento de uma minoria que de atropelada parece agora querer
atropelar! Têm direito ao respeito, mas não à subversão da ciência! Homessa!...
Nina M.
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