Erasmus e aprendizagem
Vim à Finlândia em trabalho. Faço formação para desenvolvimento pessoal e com interesse genuíno, porque gosto de tentar melhorar a cada dia. Gosto de trocar experiências e, principalmente, de aprender com quem sabe mais do que eu, por ser perito na área e gosto também de partilhar experiências.
Manter o espírito
aberto é essencial à aprendizagem, porque ninguém evolui se rejeitar de
imediato o que desconhece. A formação (quis a ventura), deu-me a possibilidade
de viajar, algo que gosto muito de fazer, e de conhecer novos lugares e novas
culturas. No entanto, sabendo do currículo dos formadores, era capaz de a
frequentar, mesmo que fosse nos lugares habituais. Hoje é sábado e começamos a
trabalhar às 10h00 e terminamos às 18h00. Amanhã, começaremos às 09h00 e
terminaremos às dezassete. Apesar do cansaço, mantemos o cérebro ativo,
participamos, aprendemos e damos uso ao inglês que sabemos. Até francês
conseguimos falar, porque o Peeter cresceu no Canadá, dominando ambas as
línguas, para além da sua língua materna, o estoniano. Conhecemos novos colegas:
há um grupo de italianos e um professor catalão. É muito engraçado confrontar
as diferentes formas de pensar a educação, que radicam na cultura e nos valores
de cada um e que não podemos deixar de associar ao local e às circunstâncias em
que cada um cresceu. Pensar a educação significará, portanto, pensar numa ética
da educação, trabalho hercúleo, rigoroso e difícil. Gosto mais da pedagogia
aprendida desta forma e, naturalmente, tentarei evoluir a partir das novas aprendizagens
que vou fazendo.
Assim, o assunto sério,
que é a educação, está a ser tratado com o rigor que merece, sendo oferecida
aos professores a oportunidade de refletirem conjuntamente sobre as suas
práticas. Sobra, naturalmente, algum tempo para o convívio, no país dos mil
lagos e que nunca adormece na primavera e no verão. Olho pela janela. São vinte
e três e trinta e dois e o dia vai claro. É giro, mas dava-me jeito o escurinho
para dormir, porque eu e o sol somos grandes amigos e enquanto o vejo, o
organismo recusa-se ao descanso, mas não expulsa o cansaço. A viagem até à
chegada foi uma aventura: duas escalas seguidas de três horas de autocarro, que
nos ocupou o dia todo e que nos fez estar no aeroporto Francisco de Sá Carneiro
às sete da manhã para chegarmos às quatro do dia seguinte (hora local). Pelo
meio, apanhamos, em Inglaterra, um condutor indiano mudo e pouco simpático, que
não nos dirigiu palavra enquanto nos transportou de um aeroporto ao outro, voos
atrasados e muito riso. Será escusado dizer que o grupo de portugueses (quase
portuguesas, porque só há um professor) não passa despercebido em lado nenhum. Ó
mulheres! Estais pior que os italianos e os espanhóis…
Salva-vos a simpatia e
a cordialidade que é notada onde quer que estejais! Por hoje é tudo, porque a
fadiga faz-se sentir. Vamos ver se o sol da meia-noite não perturba os meus
sonhos.
Morfeu, quero cair nos
teus braços acolhedores.
P.S. Hoje, não haveria
necessidade de crónica, mas após uma senhora, minha amiga, (afirma-o ser a pés
juntos) a ter apregoado e coagido as restantes colegas (exagero um pouco) a
partirem em busca da Nina M., que publica semanalmente aos sábados, eis que o
texto teve de nascer!
Desculpai-me, caras
colegas, porque correis o sério risco de dar o seu tempo por perdido. A solução
é fácil: passais adiante sem detença! Bons sonhos.
Nina M.
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