O humano feito de dura realidade
Apegado ao concreto dos dias
Que se habituou amarNão sonha. Sequer ouve música
E os livros são-lhe estranhos imprestáveis
Na estranha democracia das vidas
O humano feito de sonhos e de liberdade
Apegado ao ideal e às nuvens
Que se habituou amar
Aspira ao alto ao espírito e ao amor
Sonha. Lê. Ouve. Cria.
Pouco rentável. Nada produtivo.
Nada contributivo.
Ó besta criadora que consome, porém...
Cigarra imprudente que canta além
Não cava com as mãos nem semeia
Nem planta nem constrói. Consome.
Canta, canta contra os males do mundo
Contra a injustiça e a miséria e a infámia
Não planta. Não constrói. Denuncia!
Sem comentários:
Enviar um comentário