Quis ser estoico
Um epicurista a imitar Reis...Olhar com desdém a realidade
Ignorar a miséria a fome a guerra
Continuar a jogar xadrez
Ah! Meu Deus, meu Deus!
Se soubesse ao menos jogar xadrez...
Não desejar absolutamente nada
Por não ser bom em coisa nenhuma
Nem temer perder o talento
Ao adormecer do pôr do sol
Evitaria toda a dor
A desilusão o medo e a cobardia
Sentimentos de quem deseja muito
Teria toda a tranquilidade de quem nunca
Quis nada... Apenas ter sonhos incertos
Que não magoam se não se concretizam...
Afinal são sonhos, apenas...
Mas entra-me o mundo olhos dentro!
E pensamentos que se fixam na cabeça
E que não consigo abandonar
Vêm-me os sonhos e as grandes quimeras
Castelos de areia que se esfarelam entre os dedos
E aqui estou indolente sonhador
A discordar de Reis
A saber que não viveu nem que seja na imaginação
Porque o que criamos na cabeça pode ser real
Tão melhor que a realidade banal e cansativa!
Consigo criar vida em mim e viver em duplicado
Vidas que são minhas e saio a ganhar
E a perder também se for o caso
Mas vivo, vivo, Reis!
Sinto o pulsar do sangue e
Sei que existo!
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