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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Crónica de Maus Costumes 267

 A ignomínia de uma guerra

                Lemos, vemos e ouvimos, não podemos ignorar, diria Sophia de Mello Breyner Andresen e nenhum ser humano, por certo, ignora a situação que a Europa, particularmente, a Ucrânia, enfrenta.

            Não sou politóloga nem diplomata, sou apenas uma cidadã portuguesa e europeia, que não consegue ficar indiferente ao conflito e ao sofrimento dos ucranianos e, já agora, dos russos também. Convém, antes de mais, distinguir o povo russo do ditador sociopata tresloucado, Vladimir Putin. Sinto respeito e admiração pelos milhares de russos que foram capazes de se solidarizar com os vizinhos ucranianos, sofrendo a repressão imposta pelo seu governo, nas manifestações que ocorreram em várias cidades, fazendo com que muitos tivessem sido aprisionados. Uma tomada de posição absolutamente corajosa e que nos faz sentir que talvez possa existir uma esperança para aquele país, caso o ex-KGB desapareça do cenário político e surja um líder como o povo mereceria. O povo russo é também sofredor. Tem suportado os desmandos sucessivos dos lunáticos que crescem como cogumelos naquele país. Ao olharmos hoje a Rússia, é impossível não sentir saudades de Mikhail Gorbatchov e estabelecer um paralelo com Lenine, Trotsky, Estaline ou Hitler é muito fácil. Espero que a população russa continue a manifestar-se e a pressionar Putin. Apesar de tentar controlar a comunicação e dos discursos que profere “para dentro”, os russos sempre vão conseguindo acompanhar os acontecimentos pelas redes sociais. Chegam-lhes outras versões e lá vão descobrindo a verdade… Desejo que perseverem nas contestações.

            Como europeia, sinto-me envergonhada e como portuguesa, não conto para nada. Não sendo politóloga, observo uma europa sempre titubeante, muito atrasada nas medidas, sempre muito cautelosa, cheia de “paninhos quentes” para não agredir o oligarca doido. O que esperamos?! Não nos iludamos. Economicamente, as sanções terão consequências enormes para nós, europeus, porém, há momentos em que a única coisa decente a fazer é defender a verdade, a democracia, a liberdade e o direito à autodeterminação dos povos. A Europa não está a ser digna. A comunidade internacional abandonou a Ucrânia. Deixou-os às mãos do insano… Espero que a União Europeia tenha aprendido a lição. Quem tem como vizinho um Putin não pode adormecer nas questões da segurança nem na defesa da liberdade e da democracia. Fica mais do que provado de que é necessário lutar diariamente pela preservação destes valores, baluarte da civilização ocidental. Depois, abro a boca de espanto por haver gente a culpar os Estados Unidos da América pelo conflito! Não sejamos ingénuos… Os Estados Unidos já cometeram ingerências perniciosas noutros países? Já. Sempre com objetivos económicos, naturalmente. Porém, nestas circunstâncias, há um psicopata chamado Putin que sente uma profunda nostalgia em relação à EX-URSS, que quer recuperar. Dividir para reinar é sempre melhor. Consegui-lo-á, se a Europa não se fizer firme! Putin não compreendeu que a humanidade deverá caminhar para a fraternidade e abandonar ideias tontas de imperialismos que cheiram a bafio! As fronteiras estão delimitadas e deverão ser respeitadas. Putin tem de ser travado, caso contrário nunca mais a Europa terá sossego, pois viverá sempre sob uma ameaça latente…

            Sirva a guerra para a União Europeia compreender que precisa de um exército europeu, para não depender exclusivamente da NATO e dos Estados Unidos. Quando se pressente que há um mitómano ensandecido e que sempre poderá surgir um para desestabilizar o que custou tantos anos a erguer, há que encontrar meios para defender os nossos valores, o nosso modo de vida, a nossa liberdade! A situação justificaria um tiranicídio. Quem sabe? Com os homens do politburo nunca se sabe. São lobos que se atacam e se comem dentro da própria alcateia. A questão é saber quem lhe seguiria…

            Desejo ardentemente que o conflito possa cessar e que os ucranianos possam permanecer livres. O apoio à Ucrânia começa a ser mais efetivo, porém, não sei se será suficiente. Una-se o mundo contra Putin! Faça-o perceber que ele, isolado, nada pode. Mostre-se, definitivamente, que assassinos não têm lugar no cenário político. Aproveitemos a onda e levemos mais alguns com ele que cá não fariam qualquer falta!

            Aos ucranianos, a minha solidariedade. Admiração e respeito pela coragem do Presidente Volodymyr Zelenskyy e do seu povo.

            Glória à Ucrânia!

 

Nina M.

           

 

 

 

 

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