A ignomínia de uma guerra
Lemos, vemos e ouvimos, não podemos
ignorar, diria Sophia de Mello Breyner Andresen e nenhum ser humano, por certo,
ignora a situação que a Europa, particularmente, a Ucrânia, enfrenta.
Não sou politóloga nem diplomata,
sou apenas uma cidadã portuguesa e europeia, que não consegue ficar indiferente
ao conflito e ao sofrimento dos ucranianos e, já agora, dos russos também.
Convém, antes de mais, distinguir o povo russo do ditador sociopata tresloucado,
Vladimir Putin. Sinto respeito e admiração pelos milhares de russos que foram
capazes de se solidarizar com os vizinhos ucranianos, sofrendo a repressão
imposta pelo seu governo, nas manifestações que ocorreram em várias cidades,
fazendo com que muitos tivessem sido aprisionados. Uma tomada de posição
absolutamente corajosa e que nos faz sentir que talvez possa existir uma esperança
para aquele país, caso o ex-KGB desapareça do cenário político e surja um líder
como o povo mereceria. O povo russo é também sofredor. Tem suportado os
desmandos sucessivos dos lunáticos que crescem como cogumelos naquele país. Ao
olharmos hoje a Rússia, é impossível não sentir saudades de Mikhail Gorbatchov
e estabelecer um paralelo com Lenine, Trotsky, Estaline ou Hitler é muito
fácil. Espero que a população russa continue a manifestar-se e a pressionar
Putin. Apesar de tentar controlar a comunicação e dos discursos que profere
“para dentro”, os russos sempre vão conseguindo acompanhar os acontecimentos
pelas redes sociais. Chegam-lhes outras versões e lá vão descobrindo a verdade…
Desejo que perseverem nas contestações.
Como europeia, sinto-me envergonhada
e como portuguesa, não conto para nada. Não sendo politóloga, observo uma
europa sempre titubeante, muito atrasada nas medidas, sempre muito cautelosa,
cheia de “paninhos quentes” para não agredir o oligarca doido. O que
esperamos?! Não nos iludamos. Economicamente, as sanções terão consequências
enormes para nós, europeus, porém, há momentos em que a única coisa decente a
fazer é defender a verdade, a democracia, a liberdade e o direito à
autodeterminação dos povos. A Europa não está a ser digna. A comunidade
internacional abandonou a Ucrânia. Deixou-os às mãos do insano… Espero que a
União Europeia tenha aprendido a lição. Quem tem como vizinho um Putin não pode
adormecer nas questões da segurança nem na defesa da liberdade e da democracia.
Fica mais do que provado de que é necessário lutar diariamente pela preservação
destes valores, baluarte da civilização ocidental. Depois, abro a boca de
espanto por haver gente a culpar os Estados Unidos da América pelo conflito!
Não sejamos ingénuos… Os Estados Unidos já cometeram ingerências perniciosas
noutros países? Já. Sempre com objetivos económicos, naturalmente. Porém,
nestas circunstâncias, há um psicopata chamado Putin que sente uma profunda
nostalgia em relação à EX-URSS, que quer recuperar. Dividir para reinar é
sempre melhor. Consegui-lo-á, se a Europa não se fizer firme! Putin não
compreendeu que a humanidade deverá caminhar para a fraternidade e abandonar
ideias tontas de imperialismos que cheiram a bafio! As fronteiras estão
delimitadas e deverão ser respeitadas. Putin tem de ser travado, caso contrário
nunca mais a Europa terá sossego, pois viverá sempre sob uma ameaça latente…
Sirva a guerra para a União Europeia
compreender que precisa de um exército europeu, para não depender
exclusivamente da NATO e dos Estados Unidos. Quando se pressente que há um
mitómano ensandecido e que sempre poderá surgir um para desestabilizar o que
custou tantos anos a erguer, há que encontrar meios para defender os nossos
valores, o nosso modo de vida, a nossa liberdade! A situação justificaria um
tiranicídio. Quem sabe? Com os homens do politburo nunca se sabe. São lobos que
se atacam e se comem dentro da própria alcateia. A questão é saber quem lhe
seguiria…
Desejo ardentemente que o conflito
possa cessar e que os ucranianos possam permanecer livres. O apoio à Ucrânia
começa a ser mais efetivo, porém, não sei se será suficiente. Una-se o mundo
contra Putin! Faça-o perceber que ele, isolado, nada pode. Mostre-se,
definitivamente, que assassinos não têm lugar no cenário político. Aproveitemos
a onda e levemos mais alguns com ele que cá não fariam qualquer falta!
Aos ucranianos, a minha
solidariedade. Admiração e respeito pela coragem do Presidente Volodymyr
Zelenskyy e do seu povo.
Glória à Ucrânia!
Nina M.
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