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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Ausências de quem perdeu

Há ausências tão ferozes
Tão violentas
De quem perdeu
Um descarnar de alma
Até ao osso cru e polido
A mexer a chaga viva
Ardente dentro do peito
Que num registo poético
O homem chama
Saudade
O ditongo suaviza
A dor da falha
A sibilante acaricia
A palavra alongada
Pela tónica e termina
Em sussurro quase mudo
Impercetível
Como os seus efeitos 
A longo prazo


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